segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A estreia

Um mês passa num instante, mas quando regressei ao trabalho parece que fiquei fora um ano inteiro. Encontrei-os às 9 da manhã no refeitório: os mais velhos e os meus, que agora fazem as suas refeições lá (antes era na própria sala, por serem mais pequenos): estavam 8, para já. Só o J.D. tinha uma tímida lágrima no olho, que nunca mais caiu ao longo do dia. Só por essa lágrima é que me apercebi que a despedida tinha custado, mas o dia decorreu sem choros, nem saudades aparentes. Dei um beijinho a todos e inteirei-me da grande novidade: a V. já não usa fralda! Que grande festa que lhe fiz e ela divertida e toda vaidosa só se ria! Durante o dia ela pediu sempre para ir à casa de banho e até um cocó grande fez na sanita.
Depois do pequeno-almoço fomos à casa de banho lavar as mãos e as caras e seguimos para a sala nova. A primeira coisa caricata que aconteceu foi eles irem direitinho para a antiga sala (sala de 1 ano). Ao longo do dia isto aconteceu mais duas vezes (quando vinham do dormitório, ainda nem sabiam a que terra pertenciam; e depois do lanche, ao saírem da casa-de-banho).
Quando chegamos à sala cada um foi explorar a área que mais o atraía: o V. e a D. foram para a piscina, o B. foi espreitar o baú dos bonecos, que ainda estava fechada; a V. também foi para a área da casinha, a C. alapou-se num sofá da mesa dos enfiamentos e começou a meter-se com a vizinha do lado, a F., que não queria entrar em conflito tão cedo. A C. só gosta de brincar sozinha, porque caso contrário está o caldo entornado, grita, berra, não dá o braço a torcer por nada. Enquanto a birra já ia a meio, o J. andava meio perdido, a saltar de área em área, mexendo em tudo ao mesmo tempo para não perder pitada. a certa altura, o J.D. que se tinha juntado ao B. a explorar o baú dos bonecos, encontra uma bola de praia. Tratou de vir logo ao pé de mim mostrar-me o grande tesouro que tinha encontrado. Mas a bola estava vazia. "E agora J.D.? A bola está vazia, o que vamos fazer?" Mal falei as crianças aperceberam-se que estava ali um desafio e aproximaram-se. O J.D. procurou logo a pipa e abriu-a e apontando para dentro disse-me: "Óia buáco!", "E agora? O que vamos fazer para encher a bola?" Foi a vez do BErnardo pegar na bola e soprar lá para dentro. Claro que o ar saía todo e depois de alguma tentativas foi a vez do J.D. Perguntei-lhes se queriam a minha ajuda e disseram que não. Pronto, se já sabiam o que havia a fazer e sabiam que se precisassem eu estava ali, deixei-os tentarem e explorarem ao máximo!
Curioso o facto de ninguém ter pedido para que eu enchesse a bola para a jogarem. Parecia que era mais divertido tentar encher do que propriamente jogar.
Depois de explorarem durante algum tempo a sala, como estava muito calor e já todos adquiriram a marcha fomos para a parte de baixo da crehe, brincar nos triciclos. Colocámos os triciclos e alguns carros sem pedais cá fora e cada criança pegou no seu favorito, sem muitas birras uns com os outros. Houve tempo para jogar à apanhada, fizemos canções de roda e até eu andei num mini-triciclo, o que fez as delícias da pequenada.
Volta e mia, lá fugiam eles para a sala polivalente, onde existe o escorrega, a grande casinha, uma piscina de bolas, mais baloiços, pequenos camiões, almofadas de formas variadas, etc, mas a sala cheirava ainda a bafio, e foi assim mesmo que lhes justifiquei que não poderiam estar lá dentro.
Entretanto a hora de almoço tinha chegado e fomos lá para cima. O almoço correu muito bem, até o V. e o L. (que entretanto tinha chegado) comeram bastante bem.
A hora do sono foi mais difícil para o B., que dormiu muito pouco, tal era a excitação de estar de regresso à creche. O J. também esteve acordado, mas pouco depois adormeceu.
A hora do lanche passou num ápice: iogurte líquido com sabor a chocolate e bolachinhas caem que nem ginjas.
Quando regressámos à sala, sentámo-nos no tapete, fui buscar alguns livros e junto deles contei-lhes duas histórias pequenas, sem recorrer ao texto, simplesmente orientando-me pelas imagens. Eles gostam muito daquele bocadinho em que estamos todos sentados a explorar um livro, já tinha o hábito de realizar esta rotina o ano passado e percebe-se que eles gostam bastante. Há sempre um grande entusiasmo para verem uma história e quando pego num livro são eles de livre iniciativa que correm para o tapete para se sentarem. Ainda não têm aquela atenção e concentração que eu tanto anseio, mas chegaremos lá!
Até amanhã crianças!

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