sexta-feira, 7 de agosto de 2009

E agora qualquer coisa lamecha e egoísta...

É o último dia. Hoje entrei mais tarde porque tenho muitas horas para dar. Estou no dormitório, o barulhinho que eles fazem a dormir é único. É o último dia. Não parece nada. Tanta coisa que vivemos, como verdadeiros amigos. Daqueles amigos que mesmo que passem anos e anos nunca vamos esquecer. Vou ter tantas saudades dos abraços deles, dos olhos a brilhar a pedir as histórias de assustar, em que entra o lobo. Vou ter saudades mesmo das traquinices, porque se não fossem as traquinices, não eram as mesmas crianças que tenho aqui diante de mim. O rádio toca a música de despedida, uma música calma e relaxante com o mar como fundo. Falta tão pouco para irmos todos embora e o peito começa a apertar, a deixar saudades. Dizemos até para a próxima, não te esqueças de visitar, mas nunca mais vai ser a mesma coisa. Queria tanto acompanhá-los mais algum tempo, aproveitar esta autonomia que foram conquistando, já são tão crescidos que me dá pena tê-los que largar noutro mundo, noutra escola. O trabalho que fizemos, outro alguém há-de lucrar. Mas é mesmo assim. O dever ficou cumprido, o peito enche-se de orgulho de os ver assim e é isso que importa: a felicidade deles.

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