Estar com crianças da creche é uma experiência muito proveitosa, mas às vezes bastante complicada! Para mim é um misto das duas. Dá-me um prazer enorme acompanhar uma criança a alcançar pequenas e grandes vitórias, como já comer sozinho, dizer pela primeira vez alguma palavra que nunca tinha dito, ajudá-la nos primeiros passos, descobrir um recanto novo do mundo, mas é necessário muita paciência, muita calma, muito carinho e amor para ultrapassar birras, manhas, mordidelas, etc.
É um misto de sentimentos, pois são tantas as coisas que se passam no dia-a-dia com as crianças que me deixam enternecida, babada, embasbacada, orgulhosa, envergonhada, corada de tanto rir, zangada, triste, desanimada.
Por vezes é difícil puxar mais por eles, porque simplesmente ainda não estão maduros o suficiente a nível desenvolvimental. As crianças destas faixas etárias, por vezes surpreendem-nos de uma maneira completamente inesperada, como o J., cujo vocabulário não passa mais do que 10 palavras tendo ele já 27meses, começa a cantar o "Atirei o pau ao gato"!
Mas outras vezes esperamos mais e a resposta não é aquela de que estamos à espera.
Eu sei, a culpa é minha: espero demais, anseio demais, stresso demais, mas quando passamos muito tempo dedicados a algo e depois não temos feedback esperado, às vezes é frustrante. Mas esta frustração passa-se a curto prazo, esse é o grande promenor que faz toda a diferença.
Tudo o que fazemos terá repercussões no futuro das crianças disso tenho a certeza, mas só a longo prazo e não no amanhã imediato.
Vamos devagar, passo a passo, e a cada passo que damos, temos a certeza que é consistente, que ninguém vai cair ou tropeçar. Esses passos são pequenos, "passinhos à bebé" como se costuma dizer, mas esses passos que parecem pequenos, muito pequeninos, são na verdade grandes vitórias!